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28 é 30?

  • Foto do escritor: Ana Carolina M.
    Ana Carolina M.
  • 29 de mai. de 2020
  • 3 min de leitura

Se aproximam os 28 anos, as 28 primaveras, o 28º ciclo! Mas 28 é 30 produção?

Ótimo questionamento para uma pessoa que introduz a resposta para a pergunta “qual sua idade?” com um “vou fazer 28... quase 30”. E porquê eu estou com essa belíssima mania de enfatizar uma idade que ainda não me pertence? Porque para mim estar mais próxima dos 30 significa que eu deveria ter conquistado todas aquelas coisas da minha lista mental: estabilidade profissional + amorosa + pessoal + corpo sarado + casa própria + vitamina D ok + invertida no yoga. Pois acontece que perto dos 30 ainda não dei check em todas, e isso aborrece a Ana Carolina de 15 anos de idade que jurava que já teria tudo isso. Mas além das coisas materiais e das metas de “família feliz”, parei para pensar nas questões existenciais que batem na nossa porta dia sim e outro também, afinal meus amigos nascidos nos anos 90, todo nós estamos passando por isso e não adianta me dizer o contrário.

Então quem sou eu nesse quase início de ciclo? Quem eu era até o ciclo anterior? O que muda daqui pra frente? Admito que não estou criando grandes expectativas para esse ano, assim como a maioria das pessoas. Entrei para o grupo dos desanimados e desesperançosos®, mas em paralelo a isso existe dentro de mim uma vontade de mudar, de ser melhor, de crescer como pessoa (todos nós não é mesmo). Tenho consciência de que no último ano passei por muitas mudanças, sinto e vivo isso de uma forma muito clara no meu dia a dia. Perdi minha mãe há pouco mais de 1 ano e diariamente tenho que conviver com o fim do dia sem ela, o fim do mês, o fim do ano. Passei por uma montanha russa de sentimentos durante o luto, foi preciso descer até o fundo do poço, mas até o fundo mesmo, pois quando eu pensei que já estava lá descobri que havia um pouco mais para descer e eu PRECISAVA DESCER. Pois desci, e só quando eu senti meus pés no chão pude me sentar e olhar pra dentro de mim, foi então que começou a mudança. Tive que fazer uma faxina interna, me desfiz de algumas certezas, outras mudei de lugar pra que eu pudesse enxergá-las por outro ângulo. Empacotei sentimentos, desempacotei outros, tirei o pó de algumas vontades, e descobri vontades novas que estavam perdidas em algum lugar no meio do luto. Dei uma certa organizada dentro da cabeça, do coração e da alma. Foi ótimo, e meu esforço agora é não deixar a bagunça acumular novamente, não deixar as coisas ficarem fora do lugar e principalmente não me perder dentro de mim mesma.

E sabe quando alguém te pede pra falar suas qualidades e seus defeitos? Pois bem, eu sempre tive e ainda tenho muita dificuldade em falar sobre minhas qualidades, mas calma, sei que isso é um mal que aflige muitas pessoas, me sinto inclusive bem aliviada por isso. Mas nesse quase 28º aniversário consigo te dizer uma qualidade minha que descobri a duras penas, e me desculpe se soar muito clichê ou muito forçado, mas minha melhor qualidade no momento é ser forte. Sim, eu sou forte por ter passado pela pior perda de todas, sou forte por ter aprendido a silenciar em alguns momentos quando minha vontade mesmo é de gritar e por pra fora, mas entendi nesse último ano que mais dolorido do que engolir algumas palavras é verbaliza-las sem propósito, tomei como lição, ainda que seja difícil para mim ficar em silêncio quando tenho tanta coisa na cabeça. Mas o que não cabe do lado de fora, fica do lado de dentro e a gente faz caber no melhor cantinho, sem desorganizar a arrumação, por favor.

No último ano também alimentei meu mundo interno com coisas novas, pessoas novas, sensações novas. E como é bom expandir esse mundo pra que ele seja minha maior fonte de energia. E foi graças a minha amiga e terapeuta que entendi isso, a necessidade em criar um mundo interno saudável e pacífico, para onde eu posso ir quando me vejo exausta do mundo externo, pra que eu encontre nele o conforto que eu preciso. Mas verdade seja dita, nada se encontra concretizado ainda, e sei que vou passar a vida fazendo a manutenção desse mundo, mas vejo ele muito mais organizado agora.

E para o meu aniversário de “28 quase 30” eu só desejo saúde, um cabelo hidratado, paz de espírito, menos celulite, mais confiança no lugar da celulite, que eu consiga fazer a invertida do yoga sem medo de estourar uma vértebra do pescoço... e amor, sob toda e qualquer forma.


São Paulo, 25 de Maio de 2020


Ana Carolina M.


 
 
 

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